Wednesday, September 09, 2009

dentadura

encontraram um problema simples, mas agora virou moda dificultarem qualquer extração dentária, ou transação imobiliária. nasci num tempo em que meu pai, podem rir, arrancava dentes e comprava algum ou outro imóvel. não ficou rico, é classe média, e muita gente boa (e ruim também) ganhou a chance de ter dentes mais vistosos. mas nem importa tanto essa informação, caros visionários. é até idiossincrático dizer mas me divirto muito mais vendo pessoas cochilando dentro do ônibus - algumas babam no vidro, outras quase resfolegam, empreendem movimento de caída estrondosa, mas investem o corpo ao nível de um ereto correto que mobilizam aquilo que eles reconhecem como não queda. mas o que ensaiava dizer, meus pigmeus, é que, se pegarmos bem pela memória, falha ou brilhante, o modus operandi do condutor do transporte público é lidar com essa eminência, e se cair, paciência, o cansaço é a parte do jogo, porque trabalhador move o país, com ou sem uma prótese bem remanejada daquele segundo molar (meu pai oferecia-me, também a minha irmã, os moldes dentários de outrem, sendo que, arrancava dente à dente, por vezes o canino mesmo, sem grande respeito por quem um dia teve aquela massa fumegante em seu orifício de origem blastópora (por que não? nem todos são oriundas de filos mais taxinomicamente involuídos, quiçá a grande parte dos estudantes de filosofia, antropologia ou qualquer ser que passe mais do que 40% de seu dia dentro de um laboratório - equipado ou não -, elevadores, plantões ou em tribos indígenas - algo que muitos irão convir e chamar de pena alternativa)). abro dois parênteses por simplesmente ser contra colchetes. opção de vida, não. sou contra colchetes, chaves, voilà, ei de entender que podem ter seu lugar, mas, outras notações lexicais (que na verdade nem o são), prefiro nem pensar, pois se não me trazem pesadelos, irão desconstruir todo um pensamento solidificado (e todos concordarão que é genial) durante duas décadas e quaisquer anos iniciados em uma década de 80 mesquinha, idiota, desintelectualizada, boçal, juvenil, dinâmica, imbecil, rude, palhaça, desgraçada, yuppie, carcamana, (com o parênteses de poder afirmar que o protoplasma não valia porra nenhuma, hoje, é todo valorizado, mas em época tal, era um reles liquidos sem organelas citoplasmática, ou pode ser que até seja o contrário, afinal, o que não falta é ribossoma nessa história maldita dos anos oitentóides, burocratas), tacanha, de protaclinios robotizados, mas que mesmo assim não tem a arrogância setentista, nem a morbidez desenchavida dos noventa. eis a explicação remota: imóveis comprados em cruzados voláteis, mas que valiam pela diversão de poder dormir milionário e acordar pedindo esmola no metrô. e foi exatamente dessa maneira que seu paulino bebeu um forte grappete, com tamanha desenvoltura, essa há de ser destacada, pelo simples fato de ter dilacerado parte da região periodôntica, de tal maneira que, a cada ossículo mandibular desarraigado, um novo apartamento se vislumbrava, mesmo que bitucas de cigarros defenestrados do sétimo andar signifcassem o famoso incêndio da planta hidrofóbica (e aí nem tem como salvar, fazer o quê?) do senhor pedro joaquim, vergonhoso do pretérito trabalho na panificadora da vetusta família mas que hoje ostenta a medalha de bronze das épocas vistosas de major.

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