Tuesday, April 27, 2010

puro mogno, talhadas a mão, personalizadas e entregues em domicílio

é que minha tia fabrica peças de xadrez em mogno, em exercício trabalhoso que não somente demanda um tempo que você com certeza tem e ela não possui, como também tem consumido bastante os áureos resquícios do que restava de beleza e bom-humor em sua face negligenciada por cosméticos da natura que alguma vez sua colega de faculdade, sem condições de pagar pela educação (ou que prefere o dispêndio financeiro com sandálias de pano, mariscos, quimicas ilicitas e shows do cordel do fogo encantado, enquanto nós, sentados no sofá, assistimos a two and a half men e comemos cookies comprados no supermercado que nossas mães insistem em afirmar que aprenderam aquela receita no programa da ana maria braga, e é nessas horas que torcemos para que estejam nesse horário nobre da programação televisiva o cordel, a amiga, os cds da ana carolina, os livros do rubem alves e seu "Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar", as frases do arnaldo jabor, os textos poéticos do pedro bial, jota quest, artesanatos e fogo, bastante fogo, mas claro, para não dar em treta, que fique só em pensamento), te ofereceu batom, pomadas antissol ou haxixe na hora do recreio. com educação, recuso os produtos piscando levemente a pálpebra esquerda enquanto que, com o olho direito ainda aberto, procuro me desvencilhar enquanto há tempo, ou enquanto o fogo desferido pela moça em seu exsudato resinoso seco, extraído do tricoma, das flores e das inflorescências da Cannabis sativa não carbonize o que ainda resta de prédio onde caminho ou as peças de mogno minuciosamente talhadas pela minha tia. se ela ao menos usasse o fogo no cordel, ou então, ao invés de natura, vendesse as peças de xadrez da minha tia, para poupar a prima aldair de ser fonte da publicidade:

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