Três irmãs
Sentadas estão as três irmãs, o relógio na parede gira o cotidiano da família emparedada. Os pingos d'água na pia denunciam silêncio, a ratazana velha no passado remoto das quinquilharias da estante, livros ainda não lidos, mas já corroídos pelo tempo. E quando uma das três esboçou falar algo, logo percebeu que já era tarde demais, restava apenas olhar pela janela e ver que o dia era mesmo preto e branco, pelo menos por enquanto. Foi quando o ponteiro dos minutos parou e não restava dúvida alguma que estavam condenadas àquela mesma hora para sempre. E para sempre é algo que costuma durar bastante, pelo menos era assim.
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