Futebol: Na sapucaí
Não assisto aos desfiles das Escolas de Samba, sempre me dão sono, são plumas demais, paetês demais. Fico pescando no sofá e de vez em quando acordo com uma entonação maior do puxador do samba e me vejo de cara com uma passista quase nua: seria bom sempre acordar assim. Apesar de não ver a Marquês de Sapucaí ao som do "genial" samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense sobre bacalhau, Chacrinha, Noruega, azeitona, cama, mesa e por aí vai, sempre fico ligado em: "vamos às notas, Acadêmicos do Salgueiro: 9,7".
O mais divertido das apurações é o fanatismo de componentes das escolas. O negócio parece um Maracanã ou Mineirão lotados em dia de clássico. O palavreado lembra muito ao do técnico Boraldo do Bom Sucesso na década de 1970, sempre dotado de finèsse e adjetivos pomposos. As notas são comemoradas como gols, a locução impecável, espetáculo visto somente em países onde o sol derrete tudo e a todos, onde pessoas se misturam, se mimetizam, se encostam, se encoxam, se reproduzem, dá-lhe carnaval, dá-lhe filharada.
Se no futebol os cartolas são sempre refinados, o mesmo acontece com os donos das Escolas no sambódromo. O presidente da Beija-Flor lembra muito o velho Lord de Edimburgo, o da Portela aquele francês de Toulose e o da Mangueira, bem, melhor deixar a mangueira para mais tarde, afinal sempre existe um grande fanatismo por ela.
Durante o período de esbórnia e serpentinas o futebol fica como segundo destaque. Jogadores caem no samba e futuramente também cairão de rendimento. Nada contra, cada um faz o que quer, desde que não envolva meu dinheiro. Os penaltis batidos no sábado de carnaval não repercutem nem 10% do que o bumbum da Juliana Paes na avenida. Brasil, o país do futebol, do samba e do bacalhau, pelo menos pelo enredo da Imperatriz.
1 Comments:
País do bacalhau? Sério que esse era o enredo? Que coisa, hahahaha!!! Esse ano fiquei bem longe dos desfiles das escolas de samba. As oitavas da Champions League me chamou mais a atenção.
Abraço!
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