Cotidiano Nefasto
Ele sorvia com todo gosto as últimas gotas do líquido negro e quente. A poltrona carcomida pelos insetos que sempre insistiam em invadir o apartamento inerte. O velho gramophone (isso mesmo, com ph, mostrando o quão velho era essa relíquia herdada do avô nos tempos em que se revezavam leite e café na mesa principal do país) deixava o ambiente repleto de tons musicais da Traviatta de Verdi. Letras perenes pela casa sem saber se insinuavam entre Victor Hugo e Flaubert. Brincadeira tola daqueles francesinhos metidos a intelectuais que ficam disputando a sardinha tenra para o seu escritor preferido. São esses mesmos que ficam naquela de discutir Robespiere e Napoleon Bonaparte. Como se o imperialismo tivesse surgido somente no século XVIII (uso dos números romanos em homenagem aos conquistadores, estou falando dos conquistadores históricos ao invés dos Mastroianis que compareciam na sétima arte).
Diria Machado de Assis que o caro leitor se pergunta onde estará o fio da meada. Em nome do grande escritor e de tantos outros questionadores, eu diria que o fio faz a conexão entre telephones (olha o ph novamente) e a tomada. Devaneios bestas à parte, o ilustríssimo personagem se encontra no momento de frente para a latrina. Isso mesmo, ato simples do cotidiano nefasto dos nobres bon vivants como dizem os franceses e adotam os brasileiros em seu já enorme vocabulário daquela que foi a última língua derivada do latim. Ora pro nobis, amén. Orações e credos para outra ocasião, pois sobre o tema se escreve um livro ou pseudo-livros como fazem Coelhos e Browns, ou marrons. O fato é que o caso da latrina já foi resolvido e a função orgânica concluída. Os detalhes, é claro, serão poupados àqueles que tiveram a paciência do bíblico Jó para chegar até essa parte do texto. Preso aos ínfimos desejos, desejoso de recomeçar tudo, começo esguio e perigoso, infelizmente não há nada o quê fazer. O melhor é servir mais uma xícara de café, sentar no sofá grená e esperar que os sons sonoros da próxima ópera de Verdi ou Puccini adentre os ouvidos até fazer vibrar a bigorna, passando pelo estribo e martelo. Palavras continuam a sobrevoar a espera de que caiam em um livro de Lispector ou Tolstoi. Se houver muita sorte Morpheus fará sua visita e proporcionará ao nosso aspirante anti-herói do nada (Dom Quixote ao menos possuía moinhos como parque de diversão e Sancho Pança como a diversão própria) o fechamento dos olhos e a emoção do sonho. Metáfora de um cotidiano nefasto. O Deus grego do sono ainda bem apareceu. A letargia foi possível. Ora pro nobis, my friend.
Diria Machado de Assis que o caro leitor se pergunta onde estará o fio da meada. Em nome do grande escritor e de tantos outros questionadores, eu diria que o fio faz a conexão entre telephones (olha o ph novamente) e a tomada. Devaneios bestas à parte, o ilustríssimo personagem se encontra no momento de frente para a latrina. Isso mesmo, ato simples do cotidiano nefasto dos nobres bon vivants como dizem os franceses e adotam os brasileiros em seu já enorme vocabulário daquela que foi a última língua derivada do latim. Ora pro nobis, amén. Orações e credos para outra ocasião, pois sobre o tema se escreve um livro ou pseudo-livros como fazem Coelhos e Browns, ou marrons. O fato é que o caso da latrina já foi resolvido e a função orgânica concluída. Os detalhes, é claro, serão poupados àqueles que tiveram a paciência do bíblico Jó para chegar até essa parte do texto. Preso aos ínfimos desejos, desejoso de recomeçar tudo, começo esguio e perigoso, infelizmente não há nada o quê fazer. O melhor é servir mais uma xícara de café, sentar no sofá grená e esperar que os sons sonoros da próxima ópera de Verdi ou Puccini adentre os ouvidos até fazer vibrar a bigorna, passando pelo estribo e martelo. Palavras continuam a sobrevoar a espera de que caiam em um livro de Lispector ou Tolstoi. Se houver muita sorte Morpheus fará sua visita e proporcionará ao nosso aspirante anti-herói do nada (Dom Quixote ao menos possuía moinhos como parque de diversão e Sancho Pança como a diversão própria) o fechamento dos olhos e a emoção do sonho. Metáfora de um cotidiano nefasto. O Deus grego do sono ainda bem apareceu. A letargia foi possível. Ora pro nobis, my friend.
1 Comments:
Por Ora... um abraço carinhoso de quem também detesta reveillón, meu caro. Os fogos começam a explodir e eu estou a própria visão da decadência. Talvez nefasta seja eu, além de tudo querendo roubar seu personagem pra mim. Letras para 2007... que essa folha do calendário vire e eu esqueça de grande parte de 2006... "credo em cruz", diriam os mais desavisados. E vinho e livros e polvos. Beijo no coração.
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