Saturday, March 31, 2007

Futebol: América

Passei da data em que, tradicionalmente, escrevo sobre futebol. Aliás, passei bonito dela. Fiquei o dia de hoje pensando em qual desculpa eu poderia dar para o meu desleixe: a tradicional desculpa da doença (apesar da insônia, ando bem de saúde), de morte na família (ela tem estado bem graças a Deus, mesmo eu sendo ateu), de que estou apertado (ando um pouco sim, mas ainda continuo bem bon vivant) e de que, sei lá, tive vários compromissos seguidos. Tudo mentira. Por isso, decidi pela verdade (nem sempre isso ocorre em minha vida). Mas ao longo desses dias acompanhei bem o mundo da bola, inclusive a queda do América para a Segunda Divisão do fortíssimo Campeonato Mineiro no qual meu ilustre Guarani ostenta a monumental nona coloção. O certame é marcado pela categoria e jogadas bonitas, feitas por jogadores como Jajá, Anderson Lobão, Márcio Serrão, Gladstone (vulgo Pedra Feliz). Há ainda a juventude que passeia pelo esporte bretão, nomes como Euller (que foi levado pelo vento) e Milton (isso mesmo, aquele que durante a Revolta de Filipe dos Santos jogava pelo Villa Nova e também pelo time de Ouro Preto conhecido como Black Gold (Goldinho para os seus torcedores)). Abro aqui um parênteses (todo texto com um número relativamente excessivo não é um bom texto (demonstra ser um fluxo de idéias sem a organização por conectivos (as palavras parecem ficar soltas))).
Voltando à vaca fria (coitada), prometo evitar os parênteses (eu juro). Parece-me que o nome América não foi feito para o futebol. América funciona bem em várias outras coisas: Estados Unidos da América, América Express Card, Capitão América, Era uma vez na América. Agora, no futebol, o nome é sinônimo de desastre: com todo respeito ao Trajano, mas pobre Ameriquinha no Rio, América de Natal subiu para ser rebaixado no Brasileirão desse ano, América de São Paulo corre risco de cair. E dá-lhe outros Américas penando no Brasil, no México, Japão, Netuno e Andrômeda.
Depois de toda a constatação fúnebre e maquiavélica em torno do vernáculo América, não me foi estranho o rebaixamento do coelho, há esse estigma grudado ao nome do pobre coitado. Sugiro que a denominação do time seja alterada. É a primeira medida para o sucesso do coelho (nada de atos como mandar jogador, treinador, presidente, dentista, massagista, fotocopiador, psicanalista embora, nada disso). Com essa medida, tenho certeza de que o coelho volta a ter crias, muitas.

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