Simiesco
Simiesco. Olhando daqui, simiesco. Alterando-se um pouco ãngulo, tombando a cabeça pro lado. Com certeza. De longe, só pode ser mesmo um símio. Aqui e acolá, as coisas se alteram em um piscar de olhos, em uma fração de segundo. O que era nobre passa a ser burlesco, o que era belo passa a ser dantesco e o que era simples normalmente continua simples, mas com tendências para a finitude. Mas a imagem vislumbrada ao norte ainda continua simiesca. Depois de algumas voltas, após descer alguns degraus da escada, logo passadas algumas estátuas remotas, cheiro de mofo, cheiro mórbido, nauseabundo. A cor das paredes degradando-se em cinzas, lascas de tinta velha, ausência de tinta, pintura metamórfica, sentidos congelados face ao caráter simiesco do objeto observado. Nutrindo desleixos, tentar beber de forma boçal a água mineral, tal qual um cristal dante encontrado na porção austral do Senegal. Artifício monumental à parte, parte-se então para os monumentos. Passos guiados em curvas e corredores os quais se aproximam ainda mais daquilo que antes pareciam ser primatas que correm em sentido curvilíneo. Visita ao Museu de História Natural de um lugar qualquer. Com licença para o léxico técnico, percebe-se o embalsamado. Simiesco. Com certeza tudo aquilo só poderia ser mesmo simiesco.
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