Tuesday, January 15, 2008

aprendiz de boxeador

eu sou o operário da inalação presbítera, do sofismo da pureza, da nobreza de achar que galhardia é sinônimo de comportamento exemplar. engendrado o conhecimento episcopal, pistola maluca na qual os dedos no gatilho não passam de farinha que se derrama tal qual são derramadas as lágrimas do menino que se encontra preso no armário. o suor que escorre pela testa é fino, frio enquanto adormece alguns músculos ao mesmo instante em que os outros se contraem na excitação do pré-ocorrido. insulflam tentativas de calmaria ao redor do escuro e sujo alojamento de ratos, baratas e chuveiros de temperatura única. encolhido no canto, bicho do mato insolúvel, açúcar que não se derrete, emerge, solução supra-real, super saturada, isotônico impossível e vagabundo, não há fora de quadro, tudo pode ser visto, exposto ao público, lente aberta para o mundo. sincopada e hermética a respiração, a admiração estóica de quem quer pagar para ver e verá que um minuto é um tempo mensurável apenas para os olhos de quem está de fora. a circulação sangüínea de sessenta segundos é algo latente, dói e pronuncia que o pior está por vir. uma manada inteira pisoteando-me, aniquilando-me, zombando-me, gozando-me, querendo-me. romaria de gritos, balelas de jornais de tout le monde, gama de esferas de aço, luzes azuis, grenás e douradas, tapete vermelho jogado, tudo visto de cabeça para baixo, fora-de-foquismo esclarecido, o branco invade o cenário, não há mais tempo, em setenta e um longos segundos tudo estava resolvido.

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