Thursday, January 03, 2008

bobagens

Peça por peça, recolhidas uma a uma, colocadas em caixas, localizadas ao longo do longo sofá, beirando fragmentos de vida. Quebra-cabeça dinâmico, como os carros que atravessam a metálica avenida, em busca de casa, across the universe. A cidade é uma lata de palmitos, espremidos, molhados, devorados por alguém que nem sequer conhecemos. É como se Ramones fosse Beatles e Hemingway fosse Proust. Ou perdemos um dedo ou então somos internados para cirurgia de apêndice. E dói só de pensar, o bisturi que hoje te opera amanhã corta mais gente e lá se vão peles para museus de arte moderna, vendidos a preço baratinho. Na contramão da história estão aqueles que querem mudar o mundo, querem mudanças porque sabem que não conseguem abrir uma lata de pêssego. Não temos o abridor e o alicate pode ser perigoso se manuseado sem prescrições médicas. Internamente nossos órgãos em festa rave. O exôfago não perde um episódio de Two and a half men por acreditar naquele estilo de vida. Cabeça, corpo, membros e membro. Usurpamos nossa personalidade porque desejamos a moça da novela, mas, na falta dela, serve a vizinha do andar de cima do prédio do lado. Janela indiscreta sem emoção, torcemos para o morto aparecer, mas ele escorre até cair e nós o perdemos de vista. My mind is blind, curso de inglês fajuto e burocrático, todo mundo adora falar o saxão, por que é rápido, meu caro? ágil você hein? E quando pensamos que já descobrimos tudo, percebemos que a vodka acabou e é hora de comprar mais. Mas fica para amanhã, as pecinhas já estão in the box, como eles gostam de dizer.

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