Thursday, January 31, 2008

regurgitando até o talo aquele velho toddynho que morava na geladeira há anos

eu adoro ficar de frente para a tela do computador pensando que nada tenho para fazer enquanto os carros passam a três andares abaixo de mim. e as pessoas ficam nervosas no trânsito, reclamam que a cidade está difícil quando na verdade posso deitar na minha cama e ficar vendo televisão o dia inteiro mudando do shoptime para os clipes de mulheres semi-nuas do multishow, pois a programação noturna é boa para se ver junto de um pacotinho de ruffles e ao som de alguma das cantatas bachianas ao mesmo tempo em que fico acendendo e apagando um charuto comprado no comércio negro de são paulo e basta olhar para o teto para perceber formiguinhas prontas para engolir a fiação toda do condomínio residencial, quiçá da rua toda, na medida em que são tormentos pequenos para as pessoas que precisam do trânsito para reclamar da valoração mínima de suas vidinhas boçais: aí vem o professorzinho de francês parler avec moi, respondo em inglês que é para não ter que falar mais e ele sai girando pelo corredor sendo que o melhor de tudo é poder andar de meia no chão sujo da sala (as férias da faxineira trazem duas consequências: alto consumo de bebidas alcóolicas - com o que economizo - e pó, muito pó, cerca de 1 metro cúbico que se espalha da cozinha ao interior transeunte do armário onde outrora morava eusébio, aspirante a comunista e refugiado de manchester) para presenciar calcinhas penduradas na janela, que são sinal de excesso, desconfio sempre dessas atitudes simplistas que, na verdade, carregam em seu limite tênue, a ação de quem gosta de joguetes sexuais com estranhos (o mesmo vale para seres que não comem carnes, ovos e manteiga); na melhor das hipóteses a televisão me informa sobre o tempo, se vai chover, sei que alguma dona camila vai bater o seu celta prata em algum monza 88 de senhor prudêncio e haja bate boca, pois a humanidade vende um pé para poder gritar e, se necessário, decepa logo orgãos de suma importância para poder iniciar um pugilato, e de luta livre eu prefiro os confrontos finais do ultimate fight: dá-lhe minotauro!

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