Saturday, October 28, 2006
O ser humano é um paradoxo ambulante, sendo essas suas contradições a válvula motora, que nem a morte é capaz de esvairir.
Friday, October 27, 2006
Sentido
"Vai Carlos, ser gauche na vida"
Ecoa
ecoa
Serão as 7 faces de Drummond
minhas, suas, dele
ou Dele.
As retalhações são físicas
Ou psiquicas
Ou então é somente a vida presa ao vento
Uso versos brancos
Pois a dor da morte é tamanha
Que a vida perde a rima
Se perde a solução, a questão
Vida, vento, voa, assovia
Ecoa
ecoa
O tempo que faz os ponteiros do relógio
vivos
é o mesmo tempo que corrói a carne
Ecoa
ecoa
E nós assistimos a tudo isso amórficos,
mortos
Ecoa
ecoa
Ecoa
ecoa
Serão as 7 faces de Drummond
minhas, suas, dele
ou Dele.
As retalhações são físicas
Ou psiquicas
Ou então é somente a vida presa ao vento
Uso versos brancos
Pois a dor da morte é tamanha
Que a vida perde a rima
Se perde a solução, a questão
Vida, vento, voa, assovia
Ecoa
ecoa
O tempo que faz os ponteiros do relógio
vivos
é o mesmo tempo que corrói a carne
Ecoa
ecoa
E nós assistimos a tudo isso amórficos,
mortos
Ecoa
ecoa
Thursday, October 26, 2006
Morte ou o quanto essa pode ser inerte?
Se há uma coisa que sempre me intrigou, essa coisa foi a morte. Como uma vez escreveu Machado de Assis, "a morte é a única coisa séria na vida". Como sempre vi a vida como uma mera brincadeira, talvez Machado tenha razão, a morte realmente séria e por isso me intriga tanto. Uma vez Woody Allen disse "Não tenho medo da morte, só não quero estar aqui quando ela vier". Acho que compartilho da opinião de Allen. Mas até que ponto é possível ludibriar a morte? Será que poderei ter a chance de jogar uma partida de xadrez com ela ou isso tudo é apenas bergmaniano? As simplificações para hora da morte são encontradas em várias manifestações religiosas e culturais, como na tribo africana que comemora a ida do morto. Ou até mesmo aqueles que morrem como heróis e têm sua morte simbolicamente vinculada a um determinado fato histórico. Mas mesmo assim, ainda fico com Woody, tentarei não estar aqui na hora que ela chegar.
Tentar levar o tema pelo lado do bom humor pode ser uma tentativa patética de fuga, na qual o pathos acaba sendo a propria morte. Em "Intermitências da Morte", Saramago também usa um bom tom para falar da morte. É uma tendência humana dialogar com o fim a cada ano passado em sua vida. Por volta dos quarenta anos, a relação morte e vida aumenta substancialmente e na velhice não existe mais um questionanto e sim uma alternativa perplexa de pensamento já post mortem. A temática e ironia são totalmente aceitáveis em Saramago.
Tanto o espiritismo, quanto outras formas de crenças, fazem uma reflexão do fim da vida. O otimismo é, em grande parte, essencial nessas religiões. O ser é criado o tempo todo para uma hora dar de cara com a morte. Ou seja, a gente vive para morrer, ou como dizem os mais pessimistas schoppenhaurianos, cada dia passado é um dia a menos de vida. Para eles, a cada velinha que você assopra, bye bye mais um dia. Na contramão de tudo isso, os grepos e, posteriormente os árcades, passaram a afirmar que todos deveriam aproveitar melhor a vida, viver cada instante, em uma forma filosófica denominada Carpe Diem. No Carpe Diem, tudo é motivo para se viver, deixando até Doutor Pangloss boquiaberto. Mas e ai, meu chapa? Qual corrente seguir? Talvez nenhuma. Dentre todas essas, fico com o Woody Allen. Certa vez Clarice Lispector fez a metáfora do paradigma infinito e finito como um chicle. Melhor mascar o chicle até quando der e na hora que ele acabar, talvez eu não esteja mais aqui.
Tentar levar o tema pelo lado do bom humor pode ser uma tentativa patética de fuga, na qual o pathos acaba sendo a propria morte. Em "Intermitências da Morte", Saramago também usa um bom tom para falar da morte. É uma tendência humana dialogar com o fim a cada ano passado em sua vida. Por volta dos quarenta anos, a relação morte e vida aumenta substancialmente e na velhice não existe mais um questionanto e sim uma alternativa perplexa de pensamento já post mortem. A temática e ironia são totalmente aceitáveis em Saramago.
Tanto o espiritismo, quanto outras formas de crenças, fazem uma reflexão do fim da vida. O otimismo é, em grande parte, essencial nessas religiões. O ser é criado o tempo todo para uma hora dar de cara com a morte. Ou seja, a gente vive para morrer, ou como dizem os mais pessimistas schoppenhaurianos, cada dia passado é um dia a menos de vida. Para eles, a cada velinha que você assopra, bye bye mais um dia. Na contramão de tudo isso, os grepos e, posteriormente os árcades, passaram a afirmar que todos deveriam aproveitar melhor a vida, viver cada instante, em uma forma filosófica denominada Carpe Diem. No Carpe Diem, tudo é motivo para se viver, deixando até Doutor Pangloss boquiaberto. Mas e ai, meu chapa? Qual corrente seguir? Talvez nenhuma. Dentre todas essas, fico com o Woody Allen. Certa vez Clarice Lispector fez a metáfora do paradigma infinito e finito como um chicle. Melhor mascar o chicle até quando der e na hora que ele acabar, talvez eu não esteja mais aqui.
Tuesday, October 24, 2006
Truffaut, com admiração!
Certa vez me perguntaram algum dos meus poetas favoritos e eu respondi Truffaut, que era capaz de escrever com algumas imagens aquilo que outros poetas gastariam dicionários de palavras.
Wednesday, October 11, 2006
Navalha
Ao tentar fazer a barba, tanto se cortou, que acabou vermelho, não sabe se de raiva ou de morto.